PEDRA
Incêndio, fogo na cabeça
Bamba, bomba, bum
Brasa na boca, fumaça
Correria, grana, mané
A boca que tudo quer
Mata a noção e o brio
Suga a carne e a alma
Pele e osso do imbecil
Tudo em que toca, troca
O veneno enfeitiça o ar
Foge a brisa, viva a bruxa
A mente não para, queda
__Altair Ramos
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sexta-feira, 1 de maio de 2015
domingo, 26 de outubro de 2014
UM DIA APÓS - Eleições 2014
UM DIA APÓS
Altair Ramos
Segunda-feira é bem certo
que acordarei tendo a certeza que será um dia normal de vinte e quatro horas, ainda
que nublado, o Sol não deixará de promover as suas explosões (por enquanto) além das nuvens e de muitas outras
camadas gasosas, emitindo a sua poderosa energia, perceberemos que nada mudou. A
minha rua não mudou de lugar, assim como não foi melhorado o sistema de
esgotamento sanitário, nenhum idoso passou a ser jovem. O Brasil continuará
sendo o mesmo país de sempre, ainda na América do Sul. Nenhuma metamorfose além
do que o imaginário nos impõe.
A Lei da Gravidade não será
revogada, continuando a reger o movimento dos planetas, criacionistas seguirão
os mesmos princípios de sempre, evolucionistas estarão refutando o design e a
perfeição dos olhos, um ou outro mudará a sua crença, mas isso é pessoal,
particular de cada um. As bases da física estarão sempre a procura de um Einstein,
a razão em busca de um Carl Seagan, e os Papas
continuarão a reorganizar as suas igrejas, sem qualquer nova revelação ad infinitum. Enquanto o universo
continua a expandir-se
Não há previsão para queda
de meteoros, explosões vulcânicas ou terremotos, também nada de novo sobre
algum arrebatamento celestial. O homem não terá melhorado muito ou nada, a
nossa condição humana será a mesma de sempre, as necessidades, as fraquezas e a
percepção do mundo, podem até sofrer um leve abalo, mas estarão tão iguais
quanto ao dia anterior.
Continuaremos a ser um país de
extremos e radicalismos, não teremos nos tornado um país ultra liberal
direitista ou comunista, ambos conservadores. Fundamentalistas como von Mises e
Karl Marx continuarão os seus debates e imposições enquanto estabelecem
dialéticas “Sobre a Origem da Desigualdade”. A participação social e política
de nobres e plebeus terá retornado ao seu estado de encolhimento e inércia,
para que aflorem por algum “start” midiático ou no próximo pleito eleitoral.
Os sentimentos da ira social
serão relegados a poucos atores, os demais estarão ocupados em produzir e
consumir, muitos outros, em sobreviver, todos repetindo superficiais frases de
efeito. As lutas como sempre, serão travadas com o ego inflado do poder, por
parte dos vencedores. Com os nervos a flor da pele, pelos ganhadores do segundo
lugar. Estes precisarão de tempo para reorganização, para esquecer. Como
crianças, darão de ombros.
Uma felicidade irônica
tomará conta das ruas, juntamente com a tristeza e uma perturbação quase
histriônica dos que investiram sem chegar. As batalhas não estarão encerradas,
ambos os lados continuarão sendo alimentados com o pão amargo da duvida e da incerteza
coberto com grãozinhos de açúcar. As estratégias de um e de outro não deixarão
de ter fundamentos no submundo dos raciocínios viscerais, antes de atingir a
opinião publica.
A felicidade, feliz cidade,
liberdade, igualdade, direitos, serão sempre metas ilusórias. O poder é uma
necessidade que quase ninguém supera. As massas continuarão sendo escravizadas,
muitos mudarão de lado, trocarão de lugar, mas não perderemos a essência da
massa que somos: crentes, inseguros e manipuláveis.
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sexta-feira, 22 de março de 2013
segunda-feira, 18 de março de 2013
Brasil: Estamos sem voz!
Brasil: Estamos sem voz!
Por Altair Ramos
A comunidade política existe num nível que não é idêntico à realidade
das pessoas. Não se pretende aqui, tratar de ideologias políticas, partidárias
ou místicas, o único interesse é fazer uma crítica à inércia e a falta de
competência do cidadão que não é capaz ou é impedido de ser e sentir-se parte
da engrenagem que chamamos cidade, sociedade, como sujeito opinativo, criativo
e participativo, que deveria ser estimulado e respeitado enquanto cidadão. No
entanto o corporativismo político encabresta cada vez mais os desejos e as
ações do homem justo.
Quem espera por uma República Militar, está no mesmo patamar daqueles
que querem um Brasil Monárquico. Estão atrás de um retrocesso político. Não é
um governo militar que irá melhorar o país ou um rei que irá acabar com a
corrupção e o mau caratismo político.
O Brasil precisa de uma reforma ampla, profunda e corajosa no sistema
político e econômico, que pode ser realizada por qualquer liderança política. Precisamos
de justiça para os justos, de leis que protejam o cidadão e o estado, garantindo
os direitos essenciais que permitam ao povo viver uma democracia de fato. A voz
do povo deve ter valor. Ditadura já existe, mudar de sistema significa apenas
mais burocracia e mudança de postos, troca de cadeiras. Seis por meia dúzia,
fica como está.
As coisas não estão boas, são muitas incertezas, muitas teorias e ideologias
pipocando e confundindo as pessoas, democracia, teocracia, jesuscracia,
militarismo, comunismo, parlamentarismo, seja qual for o modelo, todos
pretendem quebrar a constituição, quebrar as liberdades e os direitos do povo.
Uns sutilmente, outros sem o menor escrúpulo, em favor de méritos privados e
pessoais, que podem ser negociados livremente no mercado das preferencias
corporativistas.
A população precisa ser ouvida e atendida, a democracia, o governo do
povo pelo povo, está cada vez mais degradado, um lixo. A vontade do povo não
prevalece nem influencia as tomadas de decisão em nosso país, basta observar
os fatos que ocorrem nas casas legislativas, para se verificar os
níveis da qualidade e reconhecimento aplicados aos interesses populares.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Documentário Além do Ateu e do Ateísmo
O ateu não é uma pessoa má e o ateísmo não é um bicho de sete cabeças
Este documentário traz seis entrevistados que abordam o assunto e falam sobre o preconceito que os ateus e o ateísmo sofrem. Porque o ateísmo é tão polêmico? Porque muitos tratam os ateus como pessoas ruins? Além do Ateu e do Ateísmo traz o ateísmo à superfície e joga as cartas para o assunto ser debatido, mostrando que o ser humano deve e tem o direito de pensar livremente e de forme racional.
Ateus não são pessoas más, e o ateísmo não é ruim para a sociedade.
Seis pessoas, ateus ou não, falam sobre ateísmo, preconceito, moral, família e como lidar com o assunto. Além do Ateu e do Ateísmo traz à superfície um assunto polêmico com o intuito de abrir espaço para a discussão do tema e para mostrar que todo ser humano tem direito ao livre pensamento e escolha.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
O que a morte não cessa de nos dizer
Publicação original: RS URGENTE em 28/01/2013
by Marco Aurélio Weissheimer.
A dor provocada por tragédias
como a ocorrida neste final de semana na cidade de Santa Maria sacode a
sociedade como um terremoto, despertando alguns de nossos melhores e piores
sentimentos. Um acontecimento brutal e estúpido que tira a vida de 233 pessoas
joga a todos em um espaço estranho, onde a dor indescritível dos familiares e
amigos das vítimas se mistura com a perplexidade de todos os demais. Como pode
acontecer uma tragédia dessas? A boate estava preparada para receber tanta
gente? Tinha equipamentos de segurança e saídas de emergência? Quem são os
responsáveis?
Essas são algumas das
inevitáveis perguntas que começaram a ser feitas logo após a consumação da
tragédia? E, durante todo o domingo, jornalistas e especialistas de diversas
áreas ocuparam os meios de comunicação tentando respondê-las. As redes sociais
também foram tomadas pelo evento trágico. Os indícios de negligência e falhas
básicas de segurança já foram apontados e serão objeto de investigação nos
próximos dias. Mas há outra dimensão desse tipo de tragédia que merece atenção.
É uma dimensão marcada, ao mesmo
tempo, por silêncio, presença e exaltação da vida. O governador do Rio Grande
do Sul, Tarso Genro, disse na tarde deste domingo que o momento não era de
buscar culpados, mas sim de prestar apoio e solidariedade às milhares de
pessoas mergulhadas em uma profunda dor. Não é uma frase fácil de ser dita por
uma autoridade uma vez que a busca por culpados já estava em curso na chamada
opinião pública. E tampouco é uma frase óbvia. Ela guarda um sentido mais
profundo que aponta para algo que, se não representa uma cura imediata para a
dor, talvez expresse o melhor que se pode oferecer para alguém massacrado pela
perda, pela ausência, pela brutalidade de um acontecimento trágico: presença, cuidado,
atenção, uma palavra.
Quem já perdeu alguém em um
acontecimento trágico e brutal sabe bem que o caminho da consolação é longo,
tortuoso e, não raro, desesperador. E é justamente aí que emerge uma das
melhores qualidades e possibilidades humanas: a solidariedade, o apoio imediato
e desinteressado e, principalmente, a celebração do valor da vida e do amor
sobre todas as demais coisas. A vida é mais valiosa que a propriedade, o lucro,
os negócios e todas nossas ambições e mesquinharias. Na prática, não é essa
escala de valores que predomina no nosso cotidiano. Vivemos em um mundo onde o
direito à vida é, constantemente, sobrepujado por outros direitos. Tragédias
como a de Santa Maria nos arrancam desse mundo e nos jogam em uma dimensão onde
as melhores possibilidades humanas parecem se manifestar: o Estado e a
sociedade, as pessoas, isolada e coletivamente, se congregam numa comunhão
terrena para tentar consolar os que estão sofrendo. Não é nenhuma religião,
apenas a ideia de humanidade se manifestando.
Uma tragédia como a de Santa
Maria não é nenhuma fatalidade: é obra do homem, resultado de escolhas
infelizes, decisões criminosas. Nossa espécie, como se sabe, parece ter algumas
dificuldades de aprendizado. Nietzsche escreveu que muito sangue foi derramado
até que as primeiras promessas e compromissos fossem cumpridos. É impossível
dizer por quantas tragédias dessas ainda teremos que passar. Elas se repetem,
com variações mais ou menos macabras, praticamente todos os dias em alguma
parte do mundo e contra o próprio planeta.
Talvez nunca aprendamos com elas
e sigamos convivendo com uma sucessão patética de eventos desta natureza,
aguardando a nossa vez de sermos atingidos. Mas talvez tenhamos uma chance de
aprendizado. Uma pequena, mas luminosa, chance. E ela aparece, paradoxalmente,
em meio a uma sucessão de más escolhas, sob a forma de uma imensa onda de
compaixão e solidariedade que mostra que podemos ser bem melhores do que somos,
que temos valores e sentimentos que podem construir um mundo onde a vida seja
definida não pela busca de lucro, de ambições mesquinhas e bens materiais
tolos, mas sim pela caminhada na estrada do bom, do verdadeiro e do belo. A
morte nos deixa sem palavras. Mas ela nos diz, insistentemente: é preciso,
sempre, cuidar dos vivos e da vida.
Ilustração: bancodeimagenesgratis.com
Minha Opinião
Tomei um grande susto pela manhã, quando ví as notícias sobre o terrível acidente de Santa Maria, RS. Fui em busca de mais informações, quando confirmei a crueldade de algumas pessoas, umas fazendo comentários infelizes, jocosos, piadas de péssimo gosto, algumas em nome da fé, outras em nome da descrença, outras ainda, porque tiveram uma péssima formação humana ou por serem simplesmente desprezíveis.
Certo que há muitas e muitas pessoas que demonstram, compaixão, respeito, afeto e amor ao próximo, que esforçam-se em acolher e confortar parentes e amigos dos que se foram tão repentina e precocemente, que se veem de uma hora para outra, desolados, solitários, sem chão e sem rumo, com seus planos destroçados.
Porém nossos dedos podres escolhem, e as nossas sensibilidades assimilam, mais os ataques escatológicos e as grosserias, que os gestos benfazejos. Isto porque, afagos nem sempre atingem a nossa sensibilidade, mas uma pedrada sem rumo provoca o agravo da ferida em quem é atingido.
Pensar melhor e revisitar os conceitos de humanidade, deveria ser um modo de vida, deveria ser o modo de cada um encontrar o PROPÓSITO DE EXISTIR.
Certo que há muitas e muitas pessoas que demonstram, compaixão, respeito, afeto e amor ao próximo, que esforçam-se em acolher e confortar parentes e amigos dos que se foram tão repentina e precocemente, que se veem de uma hora para outra, desolados, solitários, sem chão e sem rumo, com seus planos destroçados.
Porém nossos dedos podres escolhem, e as nossas sensibilidades assimilam, mais os ataques escatológicos e as grosserias, que os gestos benfazejos. Isto porque, afagos nem sempre atingem a nossa sensibilidade, mas uma pedrada sem rumo provoca o agravo da ferida em quem é atingido.
Pensar melhor e revisitar os conceitos de humanidade, deveria ser um modo de vida, deveria ser o modo de cada um encontrar o PROPÓSITO DE EXISTIR.
Altair Ramos
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sábado, 29 de dezembro de 2012
A Verdade e o Ovo
A
Verdade e o Ovo
Altair Ramos
Quando nasci, era um ovo. Minha primeira
casca ressecou, rachou e quebrou. Todos diziam que era um lindo ovo. Talvez, o
mais bonitinho de todos.
Com o passar do tempo, assim como acontecia
com todos os outros, nova casca se formava, sequencialmente ela ressecava,
rachava, se quebrava, esfarelando-se totalmente.
Assim vivíamos as nossas vidas comuns, de
ovos comuns. Sem maiores preocupações, nem mesmo as existenciais.
Éramos perfeitos, bastava que seguíssemos os
exemplos e as orientações dos mais velhos, reverenciando sempre, as nossas
cascas perdidas. Assim seríamos felizes, viveríamos íntegros, até que a última
camada secasse, rachasse e se transformasse em pó.
Contudo, algo me intrigava, eu queria saber
por que tínhamos tantas camadas, queria saber como elas envelheciam, queria
saber por que a cada troca de camada, ficávamos menores, até desaparecermos.
Queria entender por que não crescíamos,
sempre diminuíamos, mas ninguém ousava falar sobre o assunto, coisa que nos era
proibido com muita energia e terror desde a nossa mais tenra idade, quando
tínhamos bom porte, e éramos suculentos.
Eu, sempre pensava recolhido nos cantos, que
nossa existência de ovos, era por demais, miserável. Os por quês, vinham à
mente, mas não se transformavam em palavras. Quem sou eu? Um simples ovo não deve
questionar as verdades que sempre existiram.
Em meio a este turbilhão mental, chegou a
nossa aldeia um viajante, forasteiro, logo, fora interpelado pelas autoridades,
pois criou uma grande confusão em um albergue, ao dizer a todos que era um ovo.
Primeiro deram risadas, impossível que fosse um ovo, com tantas características diferentes. Diante da sua insistência e forte
discussão indignada, começou uma briga onde o tal “ovo”, como se dizia, sofreu
uma rachadura, sendo levado ao hospital, de onde sairia para a cadeia por ter
perturbado a ordem.
Esta era a minha deixa, muita coisa poderia
ser explicada, pois não era comum sermos visitados por estranhos. Paradoxos
estabeleceram-se em minha mente, era necessário falar com este estranho, que
entrava em uma aldeia de ovos, dizendo ser um ovo, porém totalmente diferente
de nós.
Usando, inteligência, ardis e astúcias,
consegui adentrar ao hospital, driblei a segurança e fui ter com o estranho na
isolada enfermaria.
O sujeito tinha uma aparência esquisita, sua
forma era um pouco parecida com a nossa, seu corpo era branco, possuía uma
casca um tanto porosa, do local da rachadura, mesmo com um curativo, escorria
um líquido viscoso, meio incolor, meio pálido.
O estranho dormia, acordou quando estava
prestes a tocá-lo, assustado pediu que eu não o fizesse, explicando que diferente de nós
cebolas, ele era muito frágil, não resistiria a mais ferimentos e sua casca
poderia quebrar-se por inteiro.
Fiquei revoltado e disse a ele não
tinha o direito de criar tal confusão, somos ovos desde sempre, não uma cebola.
Afirmei inclusive não saber o que seria uma cebola. O estranho, muito perplexo, pediu-me
paciência e mostrou-me a sua identidade, onde lia-se claramente que ele era um
ovo, com pai, mãe e data de nascimento.
Fiquei indignado, o documento poderia muito
bem ser uma falsificação, mas algo dentro de mim refutava as especulações.

Fiquei estupefato, toda a minha vida passou
diante dos meus olhos, questionei a mim mesmo como poderia todos em uma comunidade, manterem-se
enganados a vida inteira. Precisando entender mais, fiz sorrateiras visitas
diárias ao meu novo amigo, enquanto elaborava um plano para libertá-lo, a fim
de fazermos a grande revelação em praça pública. Isso obviamente, nunca aconteceu.
O chefe de polícia acompanhado de policiais,
abruptamente entrou no quarto, pouco falou, tomou as fotos e as revistas, fez
um fogo, jogou o ovo espatifado em uma chapa onde já agonizava um pedaço de carne,
logo em seguida fui jogado em cima do ovo, ralado, picado e fatiado.
Tanta crueldade!... Ninguém jamais conhecerá a verdade, mesmo no frigir dos ovos. Algum dia...
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Aprender e ser
Aprender e ser
Altair Ramos
A capacidade para aprender
É uma benção, uma dádiva
O aprendizado deve ser útil
A mim, aos
outros, ao mundo
A licença para ensinar
Exige dedicação, sacerdócio
Educação e compreensão
Deliberação da
liberdade
O ouro, a prata
Fascinam ao tilintar
Seus sons temporários
Desgastam-se,
acabam
A humanidade, nada é mais eficaz
Que aprendizagem e conhecimento
É preciso mais
instrução
Faz-se necessária a imaginação
O lúdico e o natural
Com
entrelaçadas mãos
Ao forro do chão, coragem
Cumeeira, é a resignação
Fibra forte e
resiliente, sucesso
Igualdade, é somar ao dividir
Muitos precisam de nós
Multiplicando
para diminuir
A ignorância é o diabo
Que nos induz e conduz
Para falsas visões no senso comum
Na cegueira
enganosa em forma de luz
O grande esplendor
Está em nós mesmos
Somos todos mini deuses
Construindo
universos
Conhecer é evoluir
O cérebro crepita
A boca se espanta
O olhar faísca
Nascemos e renascemos
Fazemos o outro nascer
Somos amplos e
infinitos
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
OPINIÃO: Greve, Polícia Militar e Sociedade
A greve da força policial na Bahia é uma opção danosa para a
sociedade, coloca em risco o patrimônio público e privado, põe em risco
as pessoas que por algum motivo, se reconhecem como pessoas comuns,
embora a minha percepção não consiga vislumbrar quem seja comum ou
incomum, possa ser que exista alguma explicação freudiana ou kafkaniana
sobre o assunto.
Mas isto não importa, as pessoas não
estão muito incomodadas com a questão salarial da PM, estão incomodadas
com a quebra das suas rotinas, algumas sentindo falta do ar frio e
bacteriano dos escritórios, dos engarrafamentos e do pão abaixo do peso
na padaria da esquina. O direito particular de ir e vir esta sendo
conspurcado devido falta de “consciência” de uma categoria “essencial’
ao controle da ordem social, que reivindica melhores condições de
trabalho e vida.
A impressão que se tem, é que antes deste
movimento grevista ocorrer, não existiam barbaridades e violências
domésticas ou urbanas, com crimes hediondos e atrozes, tudo começou com a
deflagração da paralização. Tais fatos, demonstram a cada cidadão a
importância das forças de segurança pública. Com elas é ruim, sem elas é
pior. Então cada qual deve desgarrar-se dos seus interesses
momentaneamente, passando a apoiar o movimento para que tudo seja
reestabelecido e as rotinas retornem ao tradicional.
Qualquer
greve pode ser considerada crime, de acordo com ponto de vista jurídico
e princípios legais, sem que esqueçamos, os interesses do estado. Ao
mesmo tempo, os salários podem ser legais, por estarem determinados e
registrados em algum papiro com a chancela do estado, mas será sempre
imoral, quando não atende necessidades básicas e interesses do
trabalhador, inclusive o policial, sendo este, o ponto de vista humano e
social.
Direitos de cada um e direitos humanos
resguardados ou não, e desconsiderando a desigualdade das forças, quando
ocorre uma mobilização de estudantes, estes quebram vidraças, depredam
estátuas, sendo sempre, obra de algum exaltado, baderneiro ou
infiltrado, que ao agir elimina o elemento pacífico da mobilização,
surge o confronto, mas somente a polícia é truculenta. Se uma comunidade
resolve bloquear uma via pública, por qualquer reivindicação, a polícia
tenta impedir a ocorrência ou negociar uma abertura para o tráfego,
iniciam-se reciprocidades de ofensas, mas somente a polícia é
truculenta.
Agir com brutalidade, contra cidadãos
desarmados e indefesos, é crime de responsabilidade dos comandos.
Infelizmente a força policial não é preparada para o diálogo, para o
meio-termo. O cidadão, a comunidade, concordam ou não, conforme as
próprias necessidades e interesses. Permanecemos quietos, expomos a
nossa indignação reproduzindo jargões de apresentadores jornalísticos da
TV: “Um absurdo!”, “Isto é uma vergonha!
Se existe
mobilização, inexiste satisfação. Tal insatisfação ao ser exposta, será
sempre contrária as regras escritas, as leis, sempre estará desacatando o
estado, que imediatamente, considera a mais simples mobilização,
imoral, ilegal ou criminosa. Com isto toda a comunidade diz amém,
concorda que os mobilizados sejam criminosos, e dizem repletos de razão:
- “Mas é preciso cumprir a lei.” – Quando então, me surgem perguntas:
1. Por quê é lei, é justa? 2. Por quê é lei, todos são contemplados? 3.
Por quê é lei, não pode ser modificada?
Devido a um vício
do estado, que trabalha a partir de princípios positivistas e liberais,
quando não absolutistas, o policial aprende a ser opressor em nome do
estado, com a finalidade de manter a ordem e o progresso, permitindo a
cada cidadão, “liberdade” para desfrutar dos seus direitos e fazer a sua
parte no intrincado quadro social. Aos sujeitos que não se enquadram,
bastam algumas palavras de ordens e um “start” do comando para que estes
mesmos policiais desencadeiem ação furiosa, contra irmãos que sentem os
mesmos problemas que eles, mesmo assim, estão cumprindo ordens legais.
Observemos
que ao tentarmos defender direitos, ou cobrá-los, somos sempre
violentos, basta que se esgotem as alternativas de diálogo e acordo. Foi
inclusive por este tipo de comportamento que Trotsky tornou-se inimigo
mortal de Stalin. Reclamar que manifestantes estão portando armas e
expondo-as, é mais do que necessário, pois é ato de grande
irresponsabilidade, falta de estrutura do comando grevista que não é
hábil o suficiente para controlar a ira, a indignação e revolta
reprimidas dos seus associados.
Vai além do estrutural, a
forma como estes homens e mulheres se comportam, são treinados para
cumprir ordens dentro de uma hierarquia. Observemos as abelhas, ao
perderem a sua rainha, desorientam-se, descontrola-se, morrem. Quer
dizer, ao sentirem-se fora da tutela do próprio comando e do estado,
aterrorizam-se, pois descobrem que estão por conta própria. A partir
deste ponto, os sentimentos represados de opressão e as carências
cotidianas, extravasam-se neste lapso de liberdade.
Temos
direito a proteção plena do estado, qual tem o dever de fomentar e
manter políticas que satisfaçam as necessidades essenciais de cada um de
nós. Se existem movimentos em luta, é porque o estado não esta
cumprindo com o seu papel, e toda a responsabilidade deve ser
direcionada ao estado. O governo por sua vez, falha em não ser capaz de
negociar com o comando grevista, que visivelmente, tem a missão
acortinada de promover a desestabilização política e enfraquece-lo
moralmente diante da população.
O policial militar é
trabalhador, assim como outro qualquer, a população precisa de paz, cabe
inteiramente ao estado a finalização da pendenga, com um acordo que
satisfaça minimamente os anseios da categoria. É preciso também que
estes profissionais sejam incluídos em programas de valorização,
precisamos de uma Polícia Militar mais humana.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Preconceitos
Sim, estou sem tempo para postar, então encontrei este texto interessante sobre o preconceito e resolvi trazê-lo para cá, uma vez que é novembro e temas raciais entram em um tipo de órbita de discussões e debates, carregando em seu corpo e cauda temas frequentes sobre os mais diversos tipos de preconceitos e intolerâncias, quais somos algozes e vítimas. Quem nunca ridicularizou, inferiorizou, ou desqualificou alguém, que nos mostre o caminho das pedras. Altair Ramos
Preconceito dói, cabra da peste!
Publicado em 05.11.2010, no JC Online Por Miguel Rios
Preconceito é difícil de sair da gente. Volta e meia, a gente se surpreende, se flagra, e até se orgulha, dizendo, pensando, compartilhando algum estigma contra o outro.
Uma nova vilã, daquelas malvadas ao extremo, que dissemina e atrai ódio, de nível igual ou pior que qualquer Odete Roitman ou Nazaré Tedesco, está na mídia. É aquela garota lá do Twitter que nos ofendeu, nós nordestinos, nos indignou mais uma vez, nos fez relembrar preconceitos que pareciam estar se esvaindo, que se mostram ainda vigorosos, que machucam mesmo quem finge não ligar, quem tenta se mostrar acima.
Outra vez, doeu. Outra vez, ele voltou. Aliás, nunca se foi. Só estava mais quieto, nestes tempos de maior patrulha, de menos tolerância com os intolerantes.
Preconceito é difícil de sair da gente. Volta e meia, a gente se surpreende, se flagra, e até se orgulha, dizendo, pensando, compartilhando algum estigma contra o outro.
Mas se é na nossa pele que arde aí nos enfurece. Não pode, não se aceita, é absurdo, é opressor, ultrapassado, injusto.
A pele dos nordestinos queimou. Estigmas e estereótipos queimam mesmo.
A pele de qualquer tuiteiro do Maranhão à Bahia ainda está, no mínimo, coçando. Tem aquele cara que posta dia após dia, insistente, resistente, mensagens contra a autora do ataque, sedento por não deixar barato.
"Como posso ser inferior?", pensa ele. "Sou inteligente, universitário, bonito, uso roupa boa, dentição completa, tenho laptop, carro, amigos no exterior, viajado, falo inglês, comecei no espanhol, já planejo meu MBA. Vou ter sucesso garantido! Como se pode dizer que sou inferior? Como se eu fosse um pobre qualquer, um mundiça desses, pipoca da vida, um beira-canal, que só serve para se apertar em ônibus, sujar a praia. Esse bando de assalariado farofa..."
E a roda do preconceito gira:
"Como posso ser farofa?", pensa um dos assalariados. "Ando de ônibus, moro em subúrbio, mas curto bandas legais, livros legais, filmes de arte. Tenho amigos descolados. Somos questionadores do status quo, dos padrões impostos pela sociedade de consumo. Tenho potencial. Farofa eu? Farofa e pipoca é essa negada ignorante, de gosto ruim, que curte pagode e axé, jeito marginal, enchendo o mundo com som alto de funk de CD pirata. Tenha dó!"
E gira...
"Sou negro sim, mas sou lindo! Curto o meu som e meu jeito moleque. Orgulho de raça, de gostar do que eu gosto, das raízes, de saber dançar melhor que branco. De morar onde moro. De me virar e arranjar algum para meu pai e minha mãe. Eles dois que me criaram com esforço e dignidade. Me fizeram um homem, homem mesmo. Se eu ainda fosse um desses veados safados podiam até falar. Aquilo é que é nojeira. Mas eu não tenho do que me envergonhar."
Continua a girar:
"Se dou pinta é porque eu quero. Essa tropa enrustida de metidos a macho fala mal, mas faz as mesmas coisas que eu entre quatro paredes. E tem inveja do meu sucesso. Tenho jeans Diesel, perfumes Armani, óculos Roberto Cavalli. Até minhas sandálias de praia são de grife. Por isso, não me junto. Morram de inveja, bichas pobres, roupa de sulanca, classe D!"
E a roda vai girando, criando novos julgamentos, batendo neste e naquele, se aproveitando de ideias preconcebidas, crendices, rancores...
Você já teve um dia em que se assemelhou à vilã lá do Twitter, aquela babaca, estúpida, condenável, que te revoltou tanto quando jogou o ácido supercorrosivo do preconceito sobre seu orgulho? Você já destilou desprezo sobre alguém? Eu já.
Pense na fulana do Twitter, pense na queimadura, pense em como dói, pense em como cicatriza demorado.
Pense nela antes de carimbar, com raiva, agressão e afinco, loura de burra, rapaz rico de playboyzinho, negro de maloqueiro, gay de molestador devasso, gostosa de piranha, pobre de ignorante, sertanejo de atrasado, gente da capital de pedante.
E a roda do preconceito gira:
"Como posso ser farofa?", pensa um dos assalariados. "Ando de ônibus, moro em subúrbio, mas curto bandas legais, livros legais, filmes de arte. Tenho amigos descolados. Somos questionadores do status quo, dos padrões impostos pela sociedade de consumo. Tenho potencial. Farofa eu? Farofa e pipoca é essa negada ignorante, de gosto ruim, que curte pagode e axé, jeito marginal, enchendo o mundo com som alto de funk de CD pirata. Tenha dó!"
E gira...
"Sou negro sim, mas sou lindo! Curto o meu som e meu jeito moleque. Orgulho de raça, de gostar do que eu gosto, das raízes, de saber dançar melhor que branco. De morar onde moro. De me virar e arranjar algum para meu pai e minha mãe. Eles dois que me criaram com esforço e dignidade. Me fizeram um homem, homem mesmo. Se eu ainda fosse um desses veados safados podiam até falar. Aquilo é que é nojeira. Mas eu não tenho do que me envergonhar."
"Sexualidade não define caráter. O que eu faço na intimidade não é da conta de ninguém. Sou decente. Sou homem igual a qualquer outro. Ninguém se envergonha de estar ao meu lado. Sou másculo, não dou pinta, tenho um namorado sem trejeitos também. Não escandalizamos. Podemos frequentar qualquer ambiente. O problema são essas bichinhas afetadas, estes travestis que sujam a barra dos gays. Um horror."
Continua a girar:
"Se dou pinta é porque eu quero. Essa tropa enrustida de metidos a macho fala mal, mas faz as mesmas coisas que eu entre quatro paredes. E tem inveja do meu sucesso. Tenho jeans Diesel, perfumes Armani, óculos Roberto Cavalli. Até minhas sandálias de praia são de grife. Por isso, não me junto. Morram de inveja, bichas pobres, roupa de sulanca, classe D!"
E a roda vai girando, criando novos julgamentos, batendo neste e naquele, se aproveitando de ideias preconcebidas, crendices, rancores...
Você já teve um dia em que se assemelhou à vilã lá do Twitter, aquela babaca, estúpida, condenável, que te revoltou tanto quando jogou o ácido supercorrosivo do preconceito sobre seu orgulho? Você já destilou desprezo sobre alguém? Eu já.
Pense na fulana do Twitter, pense na queimadura, pense em como dói, pense em como cicatriza demorado.
Pense nela antes de carimbar, com raiva, agressão e afinco, loura de burra, rapaz rico de playboyzinho, negro de maloqueiro, gay de molestador devasso, gostosa de piranha, pobre de ignorante, sertanejo de atrasado, gente da capital de pedante.
Pense bem quando tua veia discriminatória, aquela que pulsa toda vez que vem o desejo de diminuir o outro pela ilusão de se auto fortalecer, saltar.
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