Mostrando postagens com marcador um dia apos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador um dia apos. Mostrar todas as postagens

domingo, 26 de outubro de 2014

UM DIA APÓS - Eleições 2014




UM DIA APÓS
Altair Ramos
Segunda-feira é bem certo que acordarei tendo a certeza que será um dia normal de vinte e quatro horas, ainda que nublado, o Sol não deixará de promover as suas explosões (por enquanto) além das nuvens e de muitas outras camadas gasosas, emitindo a sua poderosa energia, perceberemos que nada mudou. A minha rua não mudou de lugar, assim como não foi melhorado o sistema de esgotamento sanitário, nenhum idoso passou a ser jovem. O Brasil continuará sendo o mesmo país de sempre, ainda na América do Sul. Nenhuma metamorfose além do que o imaginário nos impõe.
A Lei da Gravidade não será revogada, continuando a reger o movimento dos planetas, criacionistas seguirão os mesmos princípios de sempre, evolucionistas estarão refutando o design e a perfeição dos olhos, um ou outro mudará a sua crença, mas isso é pessoal, particular de cada um. As bases da física estarão sempre a procura de um Einstein, a razão em busca de um Carl Seagan, e os Papas continuarão a reorganizar as suas igrejas, sem qualquer nova revelação ad infinitum. Enquanto o universo continua a expandir-se
Não há previsão para queda de meteoros, explosões vulcânicas ou terremotos, também nada de novo sobre algum arrebatamento celestial. O homem não terá melhorado muito ou nada, a nossa condição humana será a mesma de sempre, as necessidades, as fraquezas e a percepção do mundo, podem até sofrer um leve abalo, mas estarão tão iguais quanto ao dia anterior.
Continuaremos a ser um país de extremos e radicalismos, não teremos nos tornado um país ultra liberal direitista ou comunista, ambos conservadores. Fundamentalistas como von Mises e Karl Marx continuarão os seus debates e imposições enquanto estabelecem dialéticas “Sobre a Origem da Desigualdade”. A participação social e política de nobres e plebeus terá  retornado ao seu estado de encolhimento e inércia, para que aflorem por algum “start” midiático ou no próximo pleito eleitoral.
Os sentimentos da ira social serão relegados a poucos atores, os demais estarão ocupados em produzir e consumir, muitos outros, em sobreviver, todos repetindo superficiais frases de efeito. As lutas como sempre, serão travadas com o ego inflado do poder, por parte dos vencedores. Com os nervos a flor da pele, pelos ganhadores do segundo lugar. Estes precisarão de tempo para reorganização, para esquecer. Como crianças, darão de ombros.
Uma felicidade irônica tomará conta das ruas, juntamente com a tristeza e uma perturbação quase histriônica dos que investiram sem chegar. As batalhas não estarão encerradas, ambos os lados continuarão sendo alimentados com o pão amargo da duvida e da incerteza coberto com grãozinhos de açúcar. As estratégias de um e de outro não deixarão de ter fundamentos no submundo dos raciocínios viscerais, antes de atingir a opinião publica.
A felicidade, feliz cidade, liberdade, igualdade, direitos, serão sempre metas ilusórias. O poder é uma necessidade que quase ninguém supera. As massas continuarão sendo escravizadas, muitos mudarão de lado, trocarão de lugar, mas não perderemos a essência da massa que somos: crentes, inseguros e manipuláveis.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...