A PRINCESA E A PIMENTA MALAGUETA – Altair Ramos
Baseada no conto:
A Princesa e a Ervilha
de
Hans Cristian Handersen
Era
uma vez...
No
reino muito distante da Swordilândia, que ficava muito ao norte de Tão Tão
Distante (Vocês devem conhecer), um rei e uma rainha vivendo em um palácio com
seu filho, um jovem príncipe, que de tão tímido e exigente, não conseguia
encontrar uma princesa para casar-se. Preocupados o casal real enviou o príncipe
em uma viagem pelo mundo com um séquito dos melhores, mais valentes e mais
lindos (não disse isso), soldados e cavalariços que havia naquele palácio.
O príncipe
adorou a viagem, conheceu os quatro cantos do mundo, comidas exóticas, bebidas
especiais, hospedagens e bordéis de todas as categorias, não posso deixar de
dizer que conheceu e se enamorou de uma infinidade de princesas... Mas, o
príncipe não conseguiu encontrar a sua alma gêmea, aquela que o faria arrancar
os pés do chão, engasgar, suspirar. Enfim, sempre faltava alguma coisa naquelas
belas e cultas princesas, sem contar que muitas delas, de princesa tinham
somente a hereditariedade e o título... Aff!
Após
uns poucos anos de procura, o príncipe retorna para Swordilândia, o pai ansioso
pareava-se com a rainha e com enormes baús contendo o dote da futura nora. Ele acreditava
que veria uma exuberante beldade ascendendo da comitiva principesca, esperou,
mas nada aconteceu. O rei ficou furioso e lembrou ao filho o seu papel de
herdeiro do trono, era obrigatório que o mesmo se casasse.
Após
isso, o rei deu uma bronca no filho, disse que tomou conhecimento de muitos dos
fatos ocorridos durante a comitiva de busca, alertou que agora ele estava em
casa e deveria comportar-se. O príncipe lembrou-se do dia em que defendeu a PL
122 em público, tomando uma grande surra em privado (para largar de ser besta).
Certa
noite, debaixo de muita chuva, bateu a porta do palácio uma mocinha maltrapilha
e suja, que para espanto da rainha era muito linda. A moça implorou por ajuda,
disse não se lembrar do próprio nome, mas sabia que era uma princesa viajando
para algum lugar. Algo aconteceu e quando despertou estava sozinha no meio do
nada. Andava há quase dois dias e precisava de comida e abrigo. A rainha
acolheu a linda mocinha e pediu para a mucama providenciar banho e uma mesa de
princesa, pois a mesma estava faminta. Assim foi feito.
Mais
tarde a mucama chama a rainha e diz que a moça esta limpa e alimentada, ao que
pergunta onde a senhorita deveria repousar, a rainha tendo uma ideia, diz que
ela mesma arrumaria o quarto de hóspedes para a suposta princesa desmemoriada.
Assim, ela providência um monte de colchões, um monte de cobertores do tipo
dorme-bem, milhares de travesseiros e sorrateiramente, coloca uma pimenta malagueta
embaixo de tudo. Logo após, chamou a princesa e indicou-lhe o quarto.
Na
manhã seguinte, a moça veio tomar café na mesa real, a rainha perguntou se a
mesma teve uma boa noite de sono, quando a princesa pedindo desculpas, disse
ter tido uma noite horrível, falou que havia algo estranho nos colchões, o que
a deixou bastante dolorida, também disse que apesar do frio noturno, sentiu muito
calor a noite inteira, havendo momentos em que chegou pensar estar com febre.
A
rainha ouvindo o relato deu um cutucão no rei – que não esperava e assustou-se
– continuando, elogiou muito a moça e disse que ela deveria ser realmente uma
princesa muito especial, mandando a mucama ir chamar o príncipe para que fosse apresentado
a hóspede.
Após
poucos dias de encontros alegres, furtivos e alguns às escondidas, o príncipe
agradando aos pais e eliminando as falações preconceituosas dos línguas de
trapo de Swordilândia, casou-se com Eduardo e viveram felizes na medida do
possível.
Sobre
a pimenta malagueta, dizem que o casal levava consigo pra onde fossem.
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