domingo, 12 de setembro de 2010

Receita de escândalo e poder

Há muito não confio em qualquer sistema de arquivamento, seja público ou privado. Este caso da receita é somente, mais um caso. Lembro-me bem, do caso do painel do senado, nada aconteceu, e o principal envolvido, mais tarde foi presidente do conselho de ética, certamente porque entendia do assunto com grande astúcia.

Vejamos algumas situações práticas, todos nós que estamos conectados na web, através de blogs e sites, ou fazemos compras a partir de uma lan house, já não temos sigilo algum, ou estamos muito mais vulneráveis que os não incluídos digitalmente. Se possuímos e utilizamos celulares ou cartão de crédito, piora mais ainda a situação.

Hoje em dia para se tirar a carteira de habilitação, é preciso que se faça um registro biométrico das impressões digitais, ou seja, em todo o processo de habilitação do condutor ou para a renovação da carteira, o indivíduo deixa uma trilha digital. Estão em jogo a mobilidade, a rastreabilidade, o direito de ir e vir, o livre arbítrio, os direitos indivíduais.

Em algumas cidades já esta sendo testado este processo para a identificação do eleitor na hora do voto. Como nunca acreditei no sistema eleitoral informatizado, com este processo biométrico, pior ainda. Para que se quebre de uma vez por todas a nossa individualidade, só nos resta descobrir que inseriram um nano chip em nosso corpo, numa campanha qualquer de vacinação.

Voltando as questões do sigilo da receita, é óbvio que  os principais responsáveis pela guarda dos dados, estejam se mostrando indiferentes,   para eles, trata-se apenas de pressão eleitoreira. Nada mais importa, além de se promoverem na grande escalada gerada pela fome de poder. Particularmente, esta coisa tem cheiro de armação dos próprios denunciantes, consigo ler isto quase que nitidamente nas entrelinhas. Caso eu esteja enganado, após a apuração dos fatos, ponto para quem discorda.

O correto é que os fatos sejam apurados com a profundidade necessária, buscando-se os mandantes deste crime de invasão da vida alheia. Por outro lado fica evidente que os sinônimos para estado - poder e controle - acabam por se manterem. Quer dizer, quem comandou este esquema, ou é estado, ou pretende ser. Resumindo, não valem um punhado de farinha fofa.

Não devemos ficar assustados, se chegarmos a suspeitar que a receita federal seja um dops, sem armas de fogo; mas quem não deve não teme, mesmo que pareça impossível, da forma como as coisas andam, da noite para o dia, o meu patrimônio pode tornar-se gigantesco, pois se é possível invadir, é fácil também a manipulação dos dados.

Pior ainda, é o cidadão comum e assalariado ser convocado dentro da malha fina, para prestar contas sobre valores recebidos ao ter vendido alguns quilos de papel e algumas garrafas velhas para a reciclagem, sem ter declarado tal fonte de renda. Ou então, porque não deu baixa no registro de alguns pares de meias e cuecas que foram descartadas ao lixo por estarem bastante puídas.

O escândalo é bastante grosseiro, além de ser um atentado a soberania individual. Para este ponto também faço uma observação - Se fossemos verdadeiramente "indivíduos constitucionais", não haveria a necessidade de o estado possuir o poder que tem; infelizmente a democracia, como as religiões nos fazem reféns de poderes invisíveis.

Para mim, e para a grande maioria do povo, esta quebra de sigilo não tem qualquer importância, lógico é um desrespeito social e político, além de ser um sinistro na credibilidade moribunda do cidadão; coerentíssimo, seria o estado dar o exemplo do rigor legal. Porém os principais atingidos são os próprios envolvidos. Isto não passa de urina de cachorro tentando demarcar território.
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domingo, 5 de setembro de 2010

Os mágicos e as ilusões

Estive consultando o dicionário para verificar os significados das palavras “ilusão” e “mágico”, após alguma reflexão juntando as duas palavras, compreendi que a ilusão é a arte dos mágicos, pois estes (os mágicos) desenvolvem através de estudos e técnicas, as habilidades necessárias para conduzir um público à distração e euforia, gerando daí, a crença individual e o delírio coletivo, transformando em fatos e verdades, as inverdades e salamaleques apresentados em um palco circense ou na tela da tv.

Somente para citar alguns nomes mais conhecidos, temos: O Mestre Roldine, que escapava de correntes até em baixo da água, David Cooperfild e, Mister M, que já fizeram desaparecer avião e até navio.

Continuando a refletir, agreguei estes fatos à conjuntura política atual; fiquei espantado ao perceber que o mesmo tipo de arte com as suas técnicas, são utilizadas para se fazer campanha política e eleitoral. – Não acredito!! Gritei comigo mesmo. - Meu cérebro não aguenta este tipo de constatação. Não acredito...

São vários os mágicos em muitas categorias, uns mais treinados outros que mal conseguem esconder uma boa carta na manga, porém todos tentam com muito esmero, criar as ilusões e euforias necessárias para que os aplausos e as crenças do público do circo eleitoral, os conduzam para a glória, para o estrelato de quatro anos ou mais, quero dizer, mandato.

Devido o calor, a fome, o cansaço e a sede, o peregrino no deserto, acaba por criar imagens de paraísos que são denominados de “miragem”, e acabam em morte por inanição, muitas vezes, sem descobrir que as suas esperanças não passavam de fantasiosas criações da própria imaginação.

Estejam atentos para diferenciar o que é ilusão, miragem ou fantasia, pois o calor da campanha pode esgotar os teus sentidos, a tua fome, o cansaço e a sede poderão ser recompensados por anos de penitência e, até mesmo com a morte precoce das tuas capacidades individuais, devido a desesperança.

Quem se utiliza da verdade, não vai à tua rua ou à tua porta com palavras elogiosas e promessas vãs, não precisam dizer que são bons ou melhores, não pagam para que outros façam isto, não sentem a necessidade de fazer lavagem cerebral por meio de paródias de músicas populares ou camisas coloridas que fervilham pelas cidades, criando um verdadeiro carnaval sem blocos ou escolas de samba; estão tentando nos hipnotizar, e estão conseguindo...

Fiquem atentos, alguns carroceiros colocam uma cenoura na frente do burro para que ele ande mais rápido, ao fim da viagem, comem a cenoura e dão palha seca ao animal.

Penso que Moliere, Maquiavel e Machado de Assis, existindo hoje, jogariam suas obras no lixo, pois o que escreveram anos atrás, seria considerado como rascunho de colegial, devido à evolução do mau-caratismo gerado pela fome de poder e das técnicas de enganação que se ampliam e constituem “lei branca” democraticamente vigente.

Cuidado!!!!

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